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domingo, 19 de junho de 2016

O poder destrutivo da inveja.....


Após viajar pelo mundo e colecionar as sementes das mais variadas árvores e dos mais belos jardins, foi num simples vilarejo que o Jardineiro decidiu passar sua velhice e lá realizar seu grande sonho. Aurora não sabia, mas era a semente mais especial que o Jardineiro havia plantado. Ele escolheu o centro daquele imenso lugar para ser a moradia da sua favorita, pois vislumbrava algo de magnífico nela e precisava deixá-la florescer… Quando ainda era um jovem broto, Aurora cresceu ouvindo o Jardineiro contar as histórias de suas viagens. Ouviu também sobre suas angustias e medos, sobre suas grandes realizações, sobre seus amores esquecidos e sobre o sonho de um dia concluir seu extraordinário jardim. Aurora nunca se sentia só, dia após dia, o Jardineiro cuidava de suas folhas e a ensinava ficar de pé, erguendo seu tronco e mostrando qual a direção ela deveria seguir – sempre para o alto. Pelas manhãs, Aurora se preparava para o dia que se iniciava. Com a mesma alegria que uma criança recebe o pai, Aurora recebia seu amigo sábio e conselheiro – o Sol. Era realmente um momento de grande felicidade, pois cada encontro com o Sol alimentava as suas forças e auxiliava em seu crescimento. Antes de morrer, o Jardineiro concretizou seu sonho, compartilhando com os moradores daquele simples vilarejo o fruto de suas peregrinações pelo mundo: a mais bela paisagem que alguém poderia contemplar. Da mesma forma que idealizou, as espécies encontradas naquele extraordinário jardim chamavam a atenção pela notável beleza e extravagância. Para os visitantes, era considerado um lugar mágico (e talvez fosse!). O tempo passou… Aurora cresceu bonita e cheia de vida. Suas folhas, flores e frutos, eram os mais admirados em toda extensão daquele humilde vilarejo. De longe, podia-se ver a imensa árvore Aurora e seu esplendor junto ao amanhecer. O tempo também se encarregou de transformar aquele humilde lugar em um dos mais prósperos povoados das redondezas. O jardim se tornara um ponto turístico que atraiu a atenção de vários curiosos e impulsionou os negócios por ali. O vilarejo era conhecido pela agradável vida de seus habitantes, talvez porque os moradores cultivavam o hábito de passarem às tardes reunidos no jardim. E todos os entardeceres eram assim: algumas senhoras sentadas logo na entrada para tomar chá e colocar os assuntos em dia, às crianças correndo pelo interior do jardim brincando de pega-pega e pique esconde, alguns adolescentes dormindo encostados nas árvores (geralmente com um livro sobre o peito), e os casais de apaixonados descobrindo o verdadeiro amor num beijo. De todas as formas, aquele lugar era para os seus visitantes, um recanto de descanso e apreciação. Aurora sabia que possuía o necessário para viver, pois o Sol lhe concedera conhecimento para que continuasse crescendo forte e bela. Porém, a vida não se resume apenas em belezas, também fazem partes dela as escolhas…. Haviam perigos reservados para Aurora que nem ela mesma imaginava e o Sol (o sábio conselheiro) cuidou de adverti-la sobre a influência dos habitantes do vilarejo sobre a sua espécie. Apesar do seu tamanho, Aurora não amadureceu o suficiente para afastar-se dos riscos que estavam a sua espera. Voltando seus olhos para a vida dos habitantes do vilarejo, começou a enfraquecer…. Passava os dias observando a maneira particular de viver dos moradores e invejou o que possuíam. Desejou fazer parte deles, e quem sabe, ser como um deles: conversar, correr, ler, dormir, amar, chorar, tudo que pessoas comuns fazem – eram as suas ambições. Começou a se envaidecer. Percebeu que ao seu redor nenhuma árvore era tão admirável e produtiva quanto ela, pois ouvia de todos que suas folhas, flores e frutos, eram os mais desejados em todo o vilarejo. Experimentou o orgulho e a soberba quando desprezou o alerta que vinha de suas amigas, as borboletas (preocupadas com o mal que cercava sua amiga), a respeito dos perigos presentes nas suas escolhas – elas lutaram tanto para protegê-la, mas sem sucesso voltaram para casa desanimadas por serem ignoradas. O João de Barro, temendo que algo pior acontecesse, juntou a sua família e partiu – a vida nos galhos de Aurora já não era mais segura. As outras famílias que viviam com Aurora sentiram que não eram mais bem-vindas no interior do seu tronco e também decidiram partir. Aurora finalmente sentiu-se livre para ser e fazer o que gostaria. A forte ambição de se tornar como as pessoas que invejava, afetou seu julgamento. Estava cega, arrogante e tornando-se seca por dentro. Os dias se passaram e Aurora se envolvia ainda mais com seu novo alvo – os moradores do vilarejo. Esqueceu-se de nutrir suas raízes, desprezou a sabedoria do Sol e os avisos de seus amigos, desistiu de fazer parte do sonho do Jardineiro e decidiu trilhar um caminho egoísta traçado apenas para si. E assim, a soberba consumiu o que restava do fluido de vida que circulava em suas veias. Algo terrível estava reservado para Aurora: manifestar em sua própria forma a decadência dos seus últimos dias. A força da vida abandonava aos poucos Aurora, sua consciência, porém, ainda precisava se redimir do mal que havia causado. Uma das suas amigas mais próximas, a Lagarta, que suportou sua rejeição diária, juntou-se a ela nesse triste momento de despedida. Talvez próximo do fim de uma caminhada haja uma visão diferente do caminho…, foi assim que Aurora alcançou o entendimento e sua consciência se expandiu. Olhou para o céu e pediu perdão ao Sol, agradeceu pela força e sabedoria que recebeu gratuitamente. Chamou pela memória o Jardineiro e agradeceu por tê-la ensinado a direção certa no começo da vida. Olhou ao seu redor e agradeceu a todos que estavam presentes, sentiu-se satisfeita por tê-los conhecido – foi uma grande dádiva. Chamou pelos pássaros e pelas borboletas, eles ouviram de longe e chegaram às pressas. “Agradeço por tentarem me proteger quando eu estava confusa e perdida, apenas os verdadeiros amigos nos levam para longe dos perigos ou tentam no resgatar quando estamos no meio dele, vocês agiriam assim comigo e carregarei vocês dentro de mim para onde eu for; só quero lhes pedir um último favor, que me façam uma promessa…”, e assim Aurora despediu-se de todos aqueles que fizeram parte de sua história. Um grande alvoroço se abateu sobre o vilarejo. A maior árvore do jardim estava morta e seu tronco pendia de um lado para o outro, ameaçando a vida de todos. Uma nuvem negra pairava sobre os habitantes do vilarejo: o que fazer diante dessa situação? Se uma árvore daquela dimensão caísse destruiria o que haviam construído. Medo, incerteza, preocupação, tristeza, pânico, temor de um acontecimento desagradável – os moradores do vilarejo pressionavam o prefeito por uma solução… O prefeito então chegou à resolução do problema, expediu uma ordem para derrubada da árvore. Convocou os lenhadores e engenheiros mais habilidosos da região. E assim a árvore foi removida com segurança do jardim e os moradores do vilarejo puderam descansar de suas aflições. No chão, o que restou de Aurora serviu para aquecer o frio inverno que assolava as famílias do vilarejo. Os pássaros e as borboletas cumpriram a promessa que fizeram a Aurora. Voaram o mais longe que puderam, atravessaram rios, lagos e montanhas, espalharam as sementes de sua amiga por todo lugar. Aurora não desejava que suas filhas vivessem próximo das pessoas, pois temia o mal dessa relação, muito menos que enfrentassem os perigos que ela atraiu. Então orientou as borboletas que contassem às suas filhas a seguinte fábula: “Era uma vez uma grande árvore que se desviou do caminho do crescimento. Por desprezar a sabedoria e o conselho do Sol, abandonou os amigos e desistiu de se nutrir de coisas boas. Viveu até os últimos dias de vida observando e desejando a maneira de viver de outros, até aprender (perto do fim) a ser grata pela vida abençoada que já possuía. Por rebelar-se contra a sua natureza, a grande árvore descobriu que é preciso ter cuidado com as escolhas que fazemos, pois as consequências são parte delas. Quando decidiu parar de crescer com o Sol, a grande árvore trilhou um caminho sem volta e assistiu a sua própria decadência acontecer. Cuidado, era o que repetia! É preciso permanecer crescendo para o alto…”. E essas foram às últimas palavras da grande árvore…, assim termina a sua história. De geração em geração, as borboletas seguem com a sua promessa. Até os dias de hoje, a essência de Aurora vive em outras formas espalhadas em vários lugares…. O que surgiu da terra retornou para terra, porém, a memória de Aurora viaja até os dias de hoje pelo tempo. Outras árvores cresceram no lugar que o Jardineiro reservou para a sua favorita, mas nenhuma tão bela e especial quanto Aurora foi um dia.

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