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quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

O fim de qual mundo ?



Dizem que no próximo dia 21 de dezembro o mundo vai acabar. Esta coluna poderá ser a última escrita por mim! Mas será mesmo isto que acontecerá? Há daqueles que estão “preparados para o fim” até armazenando alimentos e construindo “bunkers” subterrâneos. A exploração na mídia e no cinema aponta para uma expectativa apocalíptica em torno da catástrofe iminente, embora pouco valorizada pela maioria.
 
A possível base para esta datação está no calendário maia que, pretensamente, aponta o ano de 2012 como o fim. No entanto, não há nada mais enganoso! Os maias nunca falaram em “fim do mundo”, mas sobre a conclusão de uma era ou o final de um ciclo, a partir de sua concepção cíclica do tempo, onde os acontecimentos voltam a se repetir. Os maias contavam o tempo de existência do mundo a partir do ano 3114 a. C. no calendário cristão, sendo que um ciclo total se encerraria 5126 anos depois da era inicial. A diferença dá exatamente 2012! O fato é que os maias não falaram nada do que viria depois, isto porque já o sabiam: tudo se repetiria.
 
Eles foram uma civilização extraordinária, misteriosa e complexa que encanta quem a estuda e conhece. Viveram nas regiões da América Central e Caribe, na península do Yucatán no México, em regiões da Guatemala, Belize, Honduras e El Salvador. Desenvolveram a civilização entre 2000 a. C. e 1519 d. C. (data da chegada dos espanhóis na América), possuem cerca de 3.500 anos de história!
 
No século VIII d. C. deu-se o apogeu da sua civilização com a construção de cidades-estado independentes, algumas com cerca de 100 mil habitantes, maiores que as europeias e talvez as maiores do mundo na época. Criaram sistemas urbanos de transportes, redes hidráulicas de captação da água da chuva, a prática de esportes, noções de higiene pública, a ciência da matemática e a escrita sofisticada. Era uma sociedade hierarquizada e dividida em camadas sociais voltadas para funções específicas como a administração pública, a produção e a distribuição de alimentos, a arte e a religião.
 
Junto com a escrita, os maias elaboraram um calendário completo a partir da observação dos astros que determinava a totalidade da vida social. Dois calendários interligados, o Lunar (de 260 dias) e o Cívico (de 18 meses de 20 dias, ou 360 dias), formavam a “Roda Calendárica”. Todas as atividades sociais, políticas, agrárias e religiosas eram definidas por este sistema de datação. O cotidiano e os acontecimentos estavam todos dentro de um possível equilíbrio cósmico a ser alcançado por meio dos sacrifícios às divindades.
 
A história registra, no entanto, o “fim do mundo” maia que se deu com a chegada dos espanhóis, num momento coincidente com a sua decadência civilizacional no séc. XVI. Profecias falavam da chegada de invasores que os dominariam, e, de fato, os espanhóis engendraram um domínio desumano, tal como aconteceu com as nações indígenas brasileiras com a invasão portuguesa. No entanto, os restos e os vestígios materiais, bem como os descendentes destes povos ainda vivem, resistindo há séculos ao processo de aculturação.
 
Existiram mundos que acabaram, mas que não deveriam acabar, enquanto outros não acabaram, mas deveriam. Assim é a história humana na sua ambiguidade e na sua contradição descritas no Apocalipse. Por um lado, a “Babilônia” com seu sistema iníquo e decaído, por outro, a “nova Jerusalém” com sua utopia de justiça e de amor. A narrativa de João afirma a hegemonia da primeira cidade (ordem) na maior parte do tempo, mas a resistência da segunda irromperá sem data previamente marcada, pois nem o Filho, que é o seu Senhor e Rei, sabe.
 
Agostinho se enganou ao tentar conciliar duas cidades, a divina e a humana: a ordem divina absorvendo a ordem humana ou uma ordem humana se impondo misticamente como divina. Tal foi o projeto da igreja romana medieval/moderna que legitimou o genocídio dos maias pelos espanhóis.
 
Aguardamos novos céus e nova terra. Maranata!
 
Fonte:
NAVARRO, Alexandre Guida. “A civilização maia: contextualização historiográfica e arqueológica”. In: Revista HISTÓRIA, São Paulo, 27 (1): 2008.
 

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