Nem
sempre se reflete sobre as significativas palavras de Jesus um dia
proferidas do alto da Cruz: “Tudo está consumado” (Jo 19,30). Enquanto
homem, pouco antes de entregar a sua alma ao Pai, o divino Salvador fez
uma retrospectiva admirável. Como se fora um vídeo tape Ele repassou
tudo que fora dito sobre sua vinda a este mundo e sua tarefa redentora.
Ele viu-se em espírito rodeado pelos profetas e todos eles a uma voz a
proclamarem que tudo que fora vaticinado sobre o Messias se realizara.
Os discípulos de João Batista o haviam interrogado a mandado do próprio
Precursor: “És tu aquele que há de vir ou devemos esperar outro?” (Mt
11,3) Jesus havia atestado então, referindo-se aos oráculos de Isaías:
“Ide contar a João o que estais ouvindo e vendo: os cegos recuperam a
vista, os coxos andam, os leprosos são purificados e os surdos ouvem, os
mortos ressuscitam e os pobres são evangelizados” ( Idem v.4). Na
Sinagoga de Nazaré Ele lera um trecho de Isaías e pudera asseverar:
“Hoje se realizou essa Escritura que acabaste de ouvir” (Lc 4,21).
Antes, os sacerdotes e os escribas do povo haviam confirmado outro fato
messiânico que se dera: “E tu Belém de Judá de modo algum és o menor
entre os clãs de Judá, pois de ti sairá um que será o guia que
apascentará Israel”, o meu povo” (Mt 2,5). Ele nascera em Belém e com o
cajado da Cruz conduziria multidões à verdadeira Terra da promissão.
Jesus foi passando um a um tudo que profetizaram Jeremias, Habacuc,
Joel, Amós, enfim tudo que sobre Ele se falou no Antigo Testamento e
tudo havia se cumprido. Jesus repassou toda sua trajetória: seus
milagres, suas palavras, suas ações e era exatissimamente o que deveria
ter acontecido. As Escrituras cumpriram-se plenamente. Sofrera o que
deveria padecer. As figuras do Messias nele se realizaram. Ali na Cruz
Ele era o novo Abel morto, não por um irmão apenas, mas por muitos que o
levaram a tal suplício. Era Noé salvando a humanidade com o madeiro da
Cruz. Isaac ia ser imolado por seu pai, mas Ele estava sendo, de fato,
sacrificado pelo Pai Eterno. Davi com cinco pedras vencera o gigante
Golias, Ele com as cinco chagas derrotava o insidioso Satã. Cristo
percebeu também ao vivo que estava concretizado aquilo que Ele havia
declarado: “Como Moisés levantou a serpente no deserto, assim é
necessário que seja levantado o Filho do Homem” (Jo 3,14). Aquela Cruz
era muito mais poderosa que o sinal mosáico que curava enfermos, pois
era o símbolo universal da salvação eterna de todos aqueles que a
recebessem com fé e amor. Missão cumprida! Ele se lembrou ainda daquela
prece secular do povo eleito que clamava: “Gotejai, ó céus, lá do alto,
derramem as nuvens a justiça, abra-se a terra e produza a salvação” (Is
45,8). Vê, porém seu sangue borrifando os homens e a redenção desejada
operada. Nem escapou à sua recordação um poeta célebre e festejado que
teve acentos de profeta, o grande Virgílio, que pulsara sua lira de ouro
e rogara às musas da Sicília que entoassem a sua voz, pois se
aproximava a regeneração humana. Num momento de pulcra inspiração, este
vate pedira a Apolo para rasgar os véus que envolviam os segredos das
Sibilas e clamava por uma nova ordem irrompendo no seio dos séculos, uma
nova progênie descendo das alturas, anunciando a vinda de um menino
desconhecido. A presença dele faria o mar, o céu, o universo todo
desprender um cântico sublime, um hino que excederia as músicas de Lino e
as melodias de Orfeu. Seria um cantar jubiloso anunciando a renovação
de tudo, anúncio das alvoradas do espírito. Anunciava Virgílio deste
modo uma nova economia que jorrava do íntimo dos séculos, uma nova
geração que descia altaneira do alto, porque havia nascido o infante,
aquele que era a salvação. Cristo bem podia aplicar a si o dito
virgiliano, pois Ele, e unicamente Ele, poderia assim vir de encontro às
aspirações salvíficas que pulsavam por toda a parte. Ele, realmente,
respondia a todas as expectativas do homem de todos os tempos.
Contemplou os vícios de então, as trevas que cobriam horizontes sociais,
afincou seu olhar sobre todos os feitos da História, antes e depois do
Calvário, vislumbrou o passado e o futuro e pôde afirmar: “Tudo está
consumado”! Ninguém cumpriria sua missão nesta terra como Ele, ontem,
hoje e sempre o mais perfeito personagem de todos os tempos!
* Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos. |
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Última Alteração: 09:43:00 | |||
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FICAMOS ALEGRES COM SUA VISITA
ESPERAMOS, QUE COM A GRAÇA SANTIFICANTE DO ESPIRITO SANTO, E COM O DERRAMAR DE SEU AMOR, POSSAMOS ATRAVÉS DESTE HUMILDE CANAL SER VEÍCULO DA PALAVRA E DO AMOR DE DEUS, NÃO IMPORTA SE ES GREGO, ROMANO OU JUDEU A NOSSA PEDRA FUNDAMENTAL CHAMA-SE CRISTO JESUS E TODOS SOMOS TIJOLOS PARA EDIFICACÃO DESTA IGREJA QUE FAZ O SEU EXODO PARA O CÉU. PAZ E BEM
AGRADECIMENTO
AGRADECEMOS AOS NOSSOS IRMÃOS E LEITORES, POR MAIS ESTE OBJETIVO ATINGIDO, É A PALAVRA DE CRISTO SEMEADA EM MILHARES DE CORAÇÕES. PAZ E BEM
quinta-feira, 29 de setembro de 2011
UMA MISSÃO BEM CUMPRIDA
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