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terça-feira, 11 de janeiro de 2011

A CURA DA AFETIVIDADE



Por: Emmir Nogueira (Co-fundadora da Comunidade Católica Shalom)

Começaremos hoje falando sobre afetividade. Ontem nós vimos que o homem é um ser necessitado e por isso se abre para a graça de Deus, o homem que não se conhece, que não se reconhece como ser necessitado, vive na mentira. Nossa humanidade tem limites, nós não viveremos para sempre, nós não somos deuses e por isso é crucial que reconheçamos que somos limitados e precisamos de Deus.
Ser homem ou mulher é um presente de Deus. É presente de Deus termos uma sexualidade, e por isso trazemos em si uma vontade de Deus e fazer vontade de Deus, precisamos ser plenos na realização da vontade de Deus. A afetividade traz este nome porque ela afeta tudo. Afetividade é a maneira de nos relacionarmos com o que esta dentro de nós e com o que esta fora de nós.
Os nossos relacionamentos com a família, com os amigos, com as roupas, com aquilo que esta ao nosso redor, tudo isso afeta a nossa afetividade. As vezes não entendemos bem e pensamos que a sexualidade esta na afetividade, não! A afetividade afeta a sexualidade, pois problemas na afetividade afetam nossa identidade.
Quais são as gavetas da nossa afetividade? A gaveta mais baixa da nossa afetividade é o humor, humor como estado de espírito. O humor é considerado o estado de base da afetividade. Muitos de nós mudamos de estado de humor muitas vezes durante um dia, infelizmente isso acontece, e acontece porque temos problemas em nossa afetividade.
Há pessoas que sempre estão de bom humor, sempre sorriem, sempre promovem a unidade, onde elas chegam alegram o ambiente, mas também tem gente que está sempre de mau humor e estas pessoas são aquelas negativas, insuportáveis, onde elas chegam o ambiente fica pesado, esta pessoa precisa crescer em sua afetividade.
Há pessoas que andam de cara feia , estas são as pessoas que desejam dizer: “me olhem, me vejam, eu não estou bem”, cara feia é um grito de socorro. A segunda gaveta é a da emoção, a emoção é um fenômeno passageiro, algo acontece que afeta a pessoa naquele momento, seja ouvindo uma música, seja vendo um fato acontecer. A emoção vem e vai e as vezes nem nos lembramos dela e isso significa que nenhuma decisão da minha vida deve ser tomada de acordo com meu humor ou com minhas emoções.
Nunca peça para ninguém fazer um trabalho muito difícil quando a pessoa estiver cansada, pois o humor de base desta pessoa não esta preparado. Tudo isso nos ajuda a nos relacionarmos com as pessoas, por isso é preciso que percebamos o humor e as emoções das pessoas. Se você esta com uma enxaqueca e uma pessoa te pede para resolver um problema você poderá responder a esse pedido de forma negativa.
Eu não posso dizer que meu humor e minhas emoções são bons ou ruins, pois são uma característica da minha identidade, mas eu posso controlá-los, o que faço com meu humor e com minhas emoções depende do meu amor a Deus, do meu amor a mim e ao meu irmão. É preciso em um momento de humor e emoções abaladas responder às pessoas de maneira evangélica e Deus nos dá a graça de fazer isso. Você não foi feito para reagir segundo seu humor e suas emoções, mas segundo a caridade.
A terceira gaveta é a dos sentimentos e eles estão sempre ligados aos valores. Por exemplo, o valor da justiça, da verdade, da pureza, os sentimentos estão ligados a estes valores, o contra valor da desonestidade os sentimentos estão ligados também aos contra valores. Nós reagimos segundo os sentimentos que estão ligados a determinados valores.
“O humor é considerado o estado de base da afetividade”, diz Emmir Nogueira
Algumas pessoas foram educadas a fugir e quando estiverem de cabeça cheia irão fugir, pois o sentimento delas está ligado ao valor da fuga, por isso é importante a educação dos valores, em uma comunidade é importante que os valores estejam claros, pois os sentimentos estarão ligados a estes valores. A quarta gaveta é a do afeto, assim como os sentimentos se ligam aos valores, os afetos se ligam a idéias. Se você fechar os olhos e eu dizer palavras como beber, pai, terrorismo, Jesus, cada uma destas palavras lhe despertarão afetos diferentes, os afetos estão ligados a um conceito, a uma idéia.
Entre duas pessoas as mesmas palavras terão relações afetivas diferentes, por isso nossas famílias, a sociedade, a comunidade, precisam ter valores e conceitos claros, valores e conceitos evangélicos. Em julho de 2010 teremos a copa e como estará as emoções, o humor, os afetos do brasileiro? Tudo isso estará aberto para receber qualquer idéia, mesmo sendo má, que se apresente, e por isso muita gente que sabe disso se aproveita desta situação, usam os meios de comunicação para nos passarem idéias que até vão contra nossos valores e nós aceitamos facilmente se não estivermos atentos.
A última gaveta é a das paixões, ela também não é boa e nem má, o que é bom ou mau é o que fazemos com elas. Einstein passava tantas horas estudando que a sua esposa brigava com ele, mas essa sua paixão nos trouxe boas descobertas. As paixões são como uma bigorna, a gaveta das paixões é a mais alta do armário, a gaveta da identidade é a que segura toda a estrutura deste armário de gavetas e a gaveta das paixões com essa bigorna se torna pesada e pode fazer desmoronar todo o armário, pois esta sobre todas as outras gavetas.
As paixões devem nos levar as virtudes, devo ser apaixonado pelo Evangelho e viver bem esta paixão. As paixões influenciam nosso humor, nossas emoções, nossa afetividade, influenciam tudo. Os estudiosos dizem que as paixões tem o poder de nos levar para o bem e para o mal. Deus me criou e me deu a graça do batismo e me criou homem ou mulher e nisto Ele demonstra sua vontade sobre minha sexualidade. Deus me criou para um carisma, para um estado de vida específico e isso para mim, porque é vontade de Deus deve se tornar um valor. Eu ser batizado como filho de Deus, por exemplo, deve ser um valor.
Os meus sentimentos estão ligados a estes valores que são vontade de Deus para mim e quando vivo isso começo a querer conhecer melhor a vontade de Deus para minha vida e começo a buscar a vontade de Deus e meus afetos se ligam aos conceitos expressos pela vontade de Deus.
Como meus afetos estão ligados da filiação divina e tudo que ela representa para mim, o meu ser inteiro se envolve e se deixa envolver e se apaixona pela vontade de Deus, o que acontece então é uma reestruturação dos conceitos para mim, não ajo mais como a carne pede e me impulsiona, mas como aquilo que é vontade de Deus.

“A cura interior não é para me ajudar a me centralizar sobre mim”, diz Emmir

O cristão que é cristão de verdade percebe que é um apaixonado pelo martírio, ele nasceu para morrer de amor, então não vive reclamando do que lhe acontece de ruim. Quando eu me deixo mover por uma destas áreas da minha identidade, quando uma se sobrepõe sobre as outras eu começo a me curvar sobre mim mesmo, o que interessa é o meu umbigo, busco somente aquilo que eu quero ser ou ter e deixo as vontade de Deus de lado.
Se eu viver sobre meus afetos, meus sentimentos, minhas emoções, meu humor, eu viverei só para mim. Se minha identidade é uma confusão, e minha afetividade esta de cabeça para baixo, eu serei uma pessoa débil em minha auto-identidade. A cura interior não é para me ajudar a me centralizar sobre mim, é para me ajudar a ficar de pé, enxergando a verdade, Deus nos cura para que sejamos santos. Cura interior é Jesus dizendo: “Levanta-te e anda, eu quero ajeitar tua afetividade que está de cabeça para baixo, eu quero te libertar de ti mesmo, eu te criei para que você tenha controle de suas emoções, seus afetos e suas emoções, eu não te criei para sua identidade ser amarrada e escravizada, não te criei para ser levado por teus sentimentos, mas para ter o domínio sobre eles e sobre suas paixões.”
Uma vez perguntei a um Bispo, porque é que Jesus curou aquele paralítico que os amigos trouxeram em uma padiola e mesmo o homem curado, andando, Jesus pede para que ele leve a sua padiola para casa e o Bispo me respondeu: “Eu também já pensei sobre isso e cheguei a conclusão que Jesus mandou que ele levasse a maca para casa porque Jesus fez a sua parte, mas é preciso que a pessoa faça um caminho de santificação a partir da sua fraqueza, dos seus limites para alcançar a sua santificação.”Quando baixamos a guarda da afetividade, nos tornamos escravos e paralíticos dela!
Vou falar um pouco também sobre co-dependência afetiva, e o que é isso? É uma armadilha que nos faz depender de forma errada de uma outra pessoa. Há pessoas que vivem assim, e quando determinada pessoa não esta na festa, na igreja, enfim no mesmo lugar que ela, acaba ficando triste, ou não tem opinião própria, gosta das coisas que a outra pessoa gosta, a pessoa se torna o centro da vida da outra. É o famoso grude! E o que isso provoca? O fim da minha vida acaba não sendo Deus, as energias da minha vida, dos meus afetos, dos meus sentimentos, não vão para Deus mas vão para aquela pessoa, isso acontece entre amigos, mas também acontece entre casais.
A co-dependência afetiva dentro de uma comunidade é a maior traição a Deus que o demônio consegue fazer, porque você doou sua vida a Jesus, mas agora está dependendo de uma outra pessoa para ser feliz. Ninguém depende de outra pessoa para ser feliz! Para ser feliz eu preciso ser dependente de Deus, para ser feliz eu preciso dar-me a todos os meus irmãos, mas não me deixar escravizar afetivamente por eles.
A amizade é um dom de Deus, quando autentica é libertadora e não faz uma pessoa depender da outra, pelo contrário leva as duas pessoas a dependerem de Deus e quanto mais elas dependem de Deus mais elas são livres, mais elas são curadas. Algumas das características da co-dependência, uma delas é quando os outros precisam tomar decisões importantes que caberiam a mim tomar. Há pessoas que saem de uma comunidade, que acabam com a família por conta desta co-dependência afetiva.
Outra característica da co-dependência afetiva é que a pessoa precisa de constante reafirmação de outras pessoas. A pessoa precisa de elogios, é uma pobre coitada dependente da opinião dos outros, como esta pessoa viverá o Evangelho se ela é dependente do outro? Mais uma característica é se alguém não se mostra alegre comigo eu já acho que aquela pessoa não gosta de mim. As vezes acontece de você ficar esperando que as pessoas te notem, mesmo quando aquelas pessoas estão atarefadas e não podem te dar a atenção que você deseja. Você não pode ser dependente ao ponto de ser feliz somente se aquela pessoa te der um sorriso ou falar com você.
Jesus foi cuspido, maltratado, injuriado, crucificado e em nenhum momento ficou buscando a consolação das pessoas. Outra característica terrível e quando a pessoa nunca diz não, pois tem medo de que as pessoas não gostem dela, uma co-dependência afetiva nos desvia de Deus e nos faz usar o outro para nos sentirmos amados.
Certa vez atendi um casal que tinha perdido um filho e pediram que eu rezasse por eles, conversando com eles descobri que o rapaz era co-dependente da mãe, em tudo a mãe tinha que dizer a ele o que fazer, como fazer, e ele era um rapaz altamente qualificado, mas não conseguia ir bem, já tinha perdido vários empregos. Acompanhando este casal, o rapaz mesmo se deu conta de que ele devia mudar de cidade, ir para longe de sua mãe, pois em tudo ele ainda, mesmo casado, dependia da mãe. Mudaram-se e hoje este casal vive bem e estão grávidos de um terceiro filho.
Eu dizia para Jesus um dia destes:“Jesus tu morreu por nós, tu destes a nós o batismo e porque o Senhor deixa em nós o desejo do poder, do prazer, porque o Senhor nos deixa ter estas concupiscências, porque?”, e quando saiu o Catecismo eu entendi, foi para que nós provássemos o nosso amor que ainda trazemos em nós as concupiscências. Quando provamos o amor pelo irmão? Quando ele precisa! O amor se prova em ações! Quando concretamente luto contra minhas tendências e limites para fazer a vontade de Deus é que provo que de fato eu O amo.
Existem pessoas que vêem uma liquidação e logo correm para comprar algo, elas tem muitos sapatos, mas sempre estão comprando mais, este desejo exacerbado de possuir as coisas as destrói. Como esta pessoa vai vencer esta mania de ter? Ela vai transformar esta mania de ter em uma escada para o céu. Devemos matar a vontade desenfreada de comprar e provar que amo a Jesus, a gente prova o amor a Jesus no que é fácil e no que é difícil, quanto mais difícil for subir os degraus da escada que nos leva ao céu, mais provaremos o amor a Jesus.
Há aquelas que se cuidam por uma beleza exterior exagerada e trazem raiva de pessoas dentro de si, porque acha que deve ser melhor que as outras. Não é fácil conviver com pessoas assim! Se esta pessoa se esvazia de si e resolve amar aqueles a quem ela trazia um sentimento de raiva, ela precisa se determinar em amar as pessoas, ela precisa usar o horror das pessoas, a inveja, o ciume que ela tem dos outros e transformá-lo em virtude.
Mas se esta pessoa tentar transformar todas os seus limites em virtudes sozinha, ela não conseguirá, pois a escada de santidade não se sobe com as próprias forças, é impossível transformar vícios em virtude sem a graça de Deus. Esta pessoa se deparando com o desejo de amar, de perdoar, mas querendo fazer com suas próprias forças, precisa reconhecer que não conseguirá e deve clamar a Deus por sua graça. Ninguém é capaz de fazer mal algum a nós, a não ser nós mesmos.
“Ninguém é capaz de fazer mal algum a nós, a não ser nós mesmos”, diz Emmir

É preciso de uma vida de santidade e a santidade vem pela decisão da minha vontade, Deus me dá toda a graça atual que eu necessite para ser santo. São João da Cruz diz: “A porta estreita é Jesus, entrar pela porta estreita muitos entram quando se decidem por Jesus, mas depois da porta estreita existe o caminho estreito”. O caminho estreito pode significar provação, noite escura, noite do espírito, mas amar Jesus significa estar disposto a passar pela porta estreita que é o próprio Jesus e ir até a cruz e ressuscitar. O segredo da santidade, a verdadeira cura interior acontece quando por amor a Jesus eu me decido superar tudo, os traumas me atrapalharão, nossa identidade confusa vai nos atrapalhar, mas porque eu me decido por Jesus, eu alcanço a santidade.
São João da Cruz fala das faculdades, em especial duas, o entendimento e a memória, e ele diz que somos livres e preciso contar sempre com a luz do Espírito e a luz da minha inteligência para ter domínio sobre minhas vontades, eu preciso recorrer a graça de Jesus para orientar o meu ser inteiro para a vontade de Deus. A afetividade é um dom e todo santo é curado no seu interior, mas o pecado é que deixa nossa afetividade biruta.
É muito fácil e muito pagão eu jogar a culpa do meu sofrimento sobre o outro, ninguém tem o poder de te fazer sofrer, só você pode fazer isso acontecer. Quando você vai se conhecendo melhor, suas fraquezas, seus limites, quando você vai dizendo não para suas vontades e sim para a vontade de Deus, principalmente quando isso te faz sofrer e dói muito, sua afetividade vai sendo ordenada para amor. A conseqüência é que a vontade de Deus, a sua verdadeira identidade, aquilo que Deus pensa sobre você vai se tornando real e você não mais terá conflitos.
A medida que sua afetividade se volta para Deus também sua identidade se volta para Deus. Quando eu começo a ficar livre do que me dá prazer, me torno um filho de Deus equilibrado, sem conflitos, forte, me torno santo porque a minha vontade se une a vontade de Deus. Através da escada que subo por amor a Deus o meu amor se une ao amor de Deus. E diz São João da Cruz: “Deus e eu somos um!”, Deus cumpre o seu desígnio de me santificar, de submeter-me à sua vontade, de fazer-me um homem santo como Ele me criou.
Fonte: www.cancaonova.com.br

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