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segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

O FANATISMO DAS OBVIEDADES


Acontecimentos do cotidiano fizeram-me pensar o artigo de hoje, e então, partindo do pressuposto de que o óbvio nem sempre é tão óbvio e de que o novo não está no que é simplesmente novo, mas na iminência imprevisível de sua volta, insisto em comentar o que nem sempre fica dito quando escrevo sobre determinado assunto. Desta forma, volto a escrever a respeito do fenômeno religioso, mas especificamente sobre o fanatismo religioso. Sei que a expressão fanatismo não está vinculada apenas com a religião, contudo, costumeiramente ela está mais associada com o espectro religioso. Existem diversas formas de fanatismo, de política a futebol, e em todas elas existe um ingrediente indispensável para a sua manutenção: a irracionalidade.

O fanatismo não se sustenta por muito tempo sem a irracionalidade. A sua força motriz é sempre a falta de senso crítico, aliás, este fenômeno se estabelece numa dialética ambígua de falta e excesso; numa falta constante de raciocínio lógico e num excedente alucinógeno de crença. É a partir desta relação que surgem os fatos cômicos e trágicos do fanatismo religioso. O fanatismo religioso provoca a descaracterização do indivíduo, que, em outra análise, é uma forma de desumanização religiosa. A submissão a qualquer espécie de ideologia é conhecida como assujeitamento ideológico, assujeitamento porque as ideologias constituem os indivíduos em sujeitos, e este processo acontece quase sempre de forma pacífica, sem contradição, e quando assim acontece não existe interação, diálogo, e o que se estabelece então é uma relação de poder, onde as convenções da ideologia dogmatizam a vida do sujeito.

Na maioria dos casos, esta relação de subserviência anula ou descaracteriza a identidade do sujeito, porque quando não há vontade própria, há dependência, e a dependência desmesurada induz o sujeito ao fanatismo. Nietzsche sabia o que dizia quando sentenciou que o fanatismo é a única forma de força de vontade acessível aos fracos, porque só os fracos se rendem de forma inconsciente às ideologias. Não obstante a isto, as ideologias falham, e conforme Pêcheux argumenta, o sujeito se desidentifica. As ideologias falham porque são humanas, logo, posso invariavelmente me desidentificar com algo que não permanece, mas facilmente desvanece. Como seria libertador para os fanáticos se eles entendessem que a contradição faz parte da nossa constituição enquanto sujeitos, que não existe uma identidade pronta(Foucault), mas, a construímos com o tempo, com a divergência dos saberes, e que, portanto, o sujeito é heterogêneo, múltiplo e mudável.

Em contraponto a tudo isto, a boa religião revela que o Jesus dos evangelhos não está à procura de seguidores fanáticos, embora ele os tenha e o sistema religioso os preiteiam. Jesus não estimula a subserviência, embora ele seja conhecido como servo e a religião como senhora. Jesus não doutrina a vida das pessoas, embora ele repreenda os homens em seus delitos e a religião os mandam para o inferno. Com seus atos, Jesus desvendou Sua identidade para nós, se identificando com os fracos e se desidentificando com os opressores. Para os fracos, ele era a força, para os fortes ele era o confronto, e neste ponto, preciso discordar de Nietzsche, porque o fanatismo não é a única forma de força de vontade acessível aos fracos, existe uma outra força acessível aos fracos, que transcende o fanatismo de Niet, e nesta Força os fracos se fortalecem.

Chego ao final deste artigo com a sensação de estar falando sobre alguma obviedade, mas, se tenho permissão para ser fanático nesta vida, digo-lhe então que sou fanático por obviedades. Ademais, como não poderia deixar de acrescentar, acredito numa outra característica do fanatismo, que é provocar o cansaço, sendo assim, quem sabe eu não me canso de falar sobre tantas obviedades e deixo de uma vez por todas de ser fanático por qualquer coisa que seja, inclusive por esta que é tão comum a nós, a religião. Deus abençoe vocês.

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