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ESPERAMOS, QUE COM A GRAÇA SANTIFICANTE DO ESPIRITO SANTO, E COM O DERRAMAR DE SEU AMOR, POSSAMOS ATRAVÉS DESTE HUMILDE CANAL SER VEÍCULO DA PALAVRA E DO AMOR DE DEUS, NÃO IMPORTA SE ES GREGO, ROMANO OU JUDEU A NOSSA PEDRA FUNDAMENTAL CHAMA-SE CRISTO JESUS E TODOS SOMOS TIJOLOS PARA EDIFICACÃO DESTA IGREJA QUE FAZ O SEU EXODO PARA O CÉU. PAZ E BEM

AGRADECIMENTO

AGRADECEMOS AOS NOSSOS IRMÃOS E LEITORES, POR MAIS ESTE OBJETIVO ATINGIDO, É A PALAVRA DE CRISTO SEMEADA EM MILHARES DE CORAÇÕES. PAZ E BEM

terça-feira, 24 de junho de 2008

RECONSTRUÇÃO



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Vai e restaura minha casa! - 23/06/2008 - 13:16
Irmã Beatriz Catarina Maestri*O texto de 2 Cel 6,10 – Vai e restaura a minha casaƒx, convite e convocação que animou Francisco de Assis para a missão de reconstruir a Igreja de sua época, sufocada pela riqueza e ostentação do luxo e do poder, torna-se cada vez mais atual e provocativo. No contexto em que vivemos, marcado por inúmeras e rápidas transformações, mais do que nunca, somos chamadas/os a reconstruir a “casa comum”, a pachamama como a chamam os indígenas, nossa Terra, tão machucada e explorada.Convido o profeta Oséias para caminhar conosco nesta pequena reflexão. Oséias foi profeta do Reino do Norte (Israel) nos anos 783-743 a.C. Devido a suas constantes críticas aos interesses políticos do rei Jeroboão II e à religião que lhe dava sustentação foi expulso para o Sul. É, marcadamente, um profeta representante do povo da roça. Ele se torna o porta-voz dos camponeses massacrados pela monarquia que tinha sua força no exército e na manipulação da fé do povo.Oséias não se contém diante de tanta injustiça e convoca o povo simples ao verdadeiro conhecimento do Deus da vida: “Esforcemo-nos para conhecer a Javé; sua chegada é certa com a aurora, ele virá a nós como a chuva, como o aguaceiro que ensopa a terra”.(Os 6,3). Assim, Oséias exige que se faça justiça ao povo do campo e mostra uma nova imagem de Deus. Não o Deus da monarquia e que favorece os grandes, mas um Deus bem próximo da vida de seu povo, que se manifesta na natureza, no campo, no cotidiano. Um Deus que alimenta os pobres e recupera as relações feridas, instaurando o amor e a fraternidade: “Pois eu quero amor e não sacrifícios...” (v.6). Para um povo acostumado a trabalhos forçados e holocaustos religiosos, de fato, é uma grande novidade, uma profecia renovadora e cheia de esperança a palavra de Oséias.O que este profeta nos ensina, hoje? O Deus de Oséias é um Deus solidário, que caminha com seu povo na busca de dignidade e justiça. A sociedade em que vivemos, muitas vezes, é marcada por sinais opostos, ou seja, pela competição e lucro a todo custo, pelo consumismo desenfreado, pela depredação inescrupulosa da natureza, pelo avanço de projetos que destroem a vida de tantos povos e da natureza como um todo.Gostaria de me referir apenas a um dos últimos fatos que envolvem diretamente os indígenas de nosso país. Infelizmente (e quase sempre) os meios de comunicação têm sido cruéis com estes povos, como são com os sem-terra, quilombolas, povo de rua e outras categorias sociais pobres.Todas as notícias veiculadas os colocam como vilões quando, na verdade, são as verdadeiras vítimas deste sistema opressor.Refiro-me ao caso dos povos da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, um caso que vem se arrastando por mais de 30 anos. Após muita luta, os indígenas de várias etnias que lá vivem conquistaram a homologação, último procedimento na regularização de uma terra indígena, dada em 15 de abril de 2005, pelo presidente Lula.Contudo, seis arrozeiros, todos de outros estados, invadiram estas terras e, hoje, se dizem seus donos e se negam a sair das mesmas. Ali plantaram grandes fazendas de arroz para seu enriquecimento exclusivo e ilícito. Nas últimas semanas, após o início de uma operação de retirada dos invasores, os arrozeiros e seus aliados queimaram pontes, bloquearam estradas, jogaram bombas caseiras contra um centro comunitário, invadiram escolas, machucaram lideranças indígenas e ameaçaram outras; ainda chamaram os sem-teto para participar dos protestos oferecendo em troca um pedaço de terra na região. Além disso, manipularam algumas famílias indígenas para colocá-las como escudo contra os próprios parentes. Por conta disso, atualmente mais de 10 mil indígenas estão isolados e sem o atendimento básico à saúde e educação.O que vemos é um conflito gerado pela ganância e força dos poderosos - um dos invasores é o prefeito Paulo César Quartiero que já foi preso e está solto – contra os indígenas, habitantes originários daquelas terras. Assim, os povos indígenas continuam ameaçados em sua existência física e espiritual, em seus modos de vida, em suas identidades, em sua diversidade, em seus territórios e projetos de vida. E isto é um reflexo de um contexto mais amplo. O modelo de desenvolvimento regido pelas leis do mercado capitalista neoliberal, que tem no agronegócio uma de suas bases de sustentação, produz contra esses povos uma violência estrutural que atinge permanentemente sua cultura e suas formas próprias de viver em sociedade. Este modelo, que é marcado pela monocultura e produção voltadas para o mercado externo, gera desemprego e devastação da natureza e atenta contra a concepção de vida dos povos indígenas e de outros tantos povos tradicionais. Estes povos expressam sua vida no uso coletivo e no aproveitamento dos diferentes produtos da terra, na utilização de técnicas de domínio de todos, nas relações de reciprocidade e de respeito com a natureza, povoada por seres que dão significado à existência humana.Voltemos para Oséias que ilumina esses contextos e nos provoca a uma constante busca por uma experiência de fé como ferramenta para fortalecer o projeto de vida dos povos sofridos e da Terra ferida! Qual é a prática histórica que a profecia de Oséias sustenta? Nós encontramos a Vida Plena na religião da JUSTIÇA MAIOR e do AMOR MAIOR, na religião samaritana, que nos cobra não só a afirmação de Deus, mas a experiência de Deus no pequeno, na vítima, no pobre e excluído/a.Esta, certamente, será nossa contribuição na reconstrução da “casa comum”. É a vida sendo restaurada em sua dignidade e significado, com sua beleza e reflexos do amor de Deus. É a natureza sendo reverenciada e recriada em todo seu vigor e força. São os nossos atos de fé - e não os cultos vazios - sendo re-significados e sintonizados com o gemido, o clamor e o sonho de todos os povos. *Catequista Franciscana e missionária do Cimi em São Paulo

Última Alteração: 13:16:00
Fonte: Revista Missões Local:São Paulo (SP)
Inserida por: Administrador

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